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Conheça os quatro operadores de propina do PMDB na Lava Jato

O partido controlava a Diretoria Internacional da Petrobras no esquema de fatiamento das áreas estratégicas da estatal

atualizado

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O PMDB, partido do presidente Michel Temer, tem quatro operadores de propina identificados pela Operação Lava Jato no esquema de corrupção na Petrobras: Jorge e Bruno Luz, João Augusto Henriques e Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. Os dois primeiros — pai e filho — foram presos na sexta-feira (24/2), em Miami, nos Estados Unidos. Eles eram alvo da 38ª fase da operação, batizada de Blackout.

Com três anos de investigações, a Lava Jato fecha o cerco contra políticos do PMDB. O partido controlava a Diretoria Internacional da Petrobras no esquema de fatiamento das áreas estratégicas da estatal por partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de 2007, a legenda também teve participação na área de Abastecimento, junto com o Partido Progressista (PP).

Considerados por investigadores da força-tarefa, em Curitiba, engrenagem da complexa e sofisticada máquina de corrupção engendrada na Petrobras, por políticos, agentes públicos e empresários, os operadores de propina foram nos três anos de Lava Jato os principais pontos de expansão da investigação — que se encontra em seu momento de maior contraofensiva política.

É da Diretoria Internacional o episódio da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Sob o negócio, paira a acusação de prejuízo de cerca de R$ 800 milhões, como a do Tribunal de Contas da União (TCU). A Lava Jato tem um inquérito aberto, em que já foram identificados pagamentos de propina e irregularidades no negócio.

Além da aquisição de refinarias no exterior, a diretoria da cota do PMDB cuidava das compras de plataformas de exploração de petróleo fora do Brasil, da aquisição de campos de exploração de petróleo e gás.

Operadores
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação de Jorge e Bruno na Petrobras teria resultado no pagamento de R$ 40 milhões em propina ao longo de 10 anos, especialmente na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener (maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a empresa Eletroengenharia.

De acordo com a investigação, a maior parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos. O procurador da República Diogo Castor de Mattos afirmou que esses políticos gozam atualmente de foro privilegiado, principalmente senadores.

Fernando Baiano foi o primeiro operador do PMDB preso pela Lava Jato. Ele foi detido em novembro de 2014, acusado de atuar em nome do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró.

O lobista fechou em 2015 acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e conseguiu o direito de cumprir prisão domiciliar — a partir de novembro de 2015 — por suas revelações. Ele citou propinas para o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), nos negócios de Pasadena, entre outros.

Ex-Internacional entre 2003 e 2008, Cerveró teve que fazer delação premiada, após o operador do PMDB confessar seu envolvimento no esquema e a arrecadação de valores para os políticos do partido – que lhe davam sustentação no cargo.

João Henriques é um ex-executivo da Petrobras, que depois de deixar o cargo passou a atuar como lobista. Além de abrir portas na estatal para empresários, operacionalizava a corrupção de agentes públicos e políticos, para garantir benefícios nas disputas de mercado por contratos.

Henriques foi preso em setembro de 2015, mesmo mês em que Fernando Baiano fechou sua delação premiada com a força-tarefa. Segundo a Lava Jato, ele tinha relação direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015 e que sucedeu Cerveró no cargo.

Foi das investigações que tinham como alvo os dois operadores ligados ao PMDB que a Lava Jato chegou à Blackout. A 38ª fase levou para a cadeia o mais antigo operador de propina da Petrobras, que foi citado em delações premiadas como elo da corrupção com medalhões do partido. O lobista está preso desde sábado (25), no Brasil.

Com ameaças veladas de Eduardo Cunha de virar delator e agora a prisão de mais um operador de propinas do PMDB, as chances de um deles buscar a força-tarefa para fazer revelações aumenta, na avaliação de investigadores.

Defesa
A assessoria do PMDB diz: “O presidente do PMDB, senador Romero Jucá, afirma que os envolvidos nesta operação “não tem relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB”.

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