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PF “estoura” central de fraude milionária em benefícios do INSS

Esquema funcionava em um escritório de advocacia e tinha como alvo pagamentos feitos a idosos e pessoas portadoras de deficiência

atualizado

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Divulgação/Polícia Federal
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1 de 1 operacao-fim-da-linha_INSS_Maranhao-_04082015_02 - Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal, com a colaboração da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária da Secretaria da Previdência e o INSS, deflagrou, na manhã desta terça-feira (11/7), a operação Ostrich para investigar um esquema de fraudes a benefícios de assistência social a idosos e pessoas portadoras de deficiência, conhecido como Loas. Já foram identificadas fraudes no valor de R$ 14 milhões, mas o montante pode ser dez vezes maior, segundo os investigadores.

A PF cumpre seis mandados de busca e apreensão, três de condução coercitiva e três de medidas alternativas à prisão. Todos foram expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Durante as buscas, uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

De acordo com a PF, a operação Ostrich teve início com a implementação, em outubro de 2016, de uma nova sistemática de trabalho para a detecção de grupos organizados de fraudadores da Previdência Social. Antes desta data, os requerimentos com indícios de fraudes eram cadastrados a partir dos dados do beneficiário do INSS e enviados à PF para investigação. Para melhor apurar, a PF passou a catalogar outros elementos em comum dos requerimentos, como os dados dos procuradores junto ao INSS.

Aplicando esse novo método de investigação, a PF chegou a um escritório de advocacia. Com a colaboração da unidade de Inteligência Previdenciária, a corporação teve acesso a 150 requerimentos feitos por meio deste escritório, todos eles com irregularidades, como o fornecimento de informações e o uso de documentos falsos, gerando um prejuízo de R$ 14 milhões à Previdência Social.

Segundo o inquérito policial, o escritório é beneficiado por uma liminar judicial que o permite protocolar ilimitadamente requerimentos do benefício junto ao INSS, quando autorizado, para evitar fraudes, sendo que a rotina é um por dia.

Assim, há indícios de que o escritório acabou por se tornar uma espécie de central para fraudar o INSS – recebendo como pagamento um salário mínimo, independentemente do sucesso do pedido – centralizando requerimentos fraudulentos de outros escritórios na grande São Paulo e no interior no estado.

Já foram identificados dois mil requerimentos do grupo, que serão reanalisados, inclusive aqueles que geraram investigações arquivadas por falta de provas. Além dos responsáveis pelo escritório, os requerentes dos benefícios serão investigados para verificar se tinham ou não conhecimento do esquema criminoso.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato qualificado contra a União e formação de quadrilha, com penas que variam de um a cinco anos de prisão.

Ostrich
O nome Ostrich, avestruz em inglês, foi dado à operação em razão da cegueira deliberada que acometia os envolvidos ao apresentarem informações e documentos falsos para requerer os benefícios assistenciais.

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