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Eduardo Cunha dá entrevista após mandados de busca e apreensão e nega renúncia

“Fui escolhido para ser investigado. Sou um desafeto do governo”, disse o presidente da Câmara dos Deputados

atualizado

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Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou, nesta terça-feira, 15, ver com “estranheza” o fato de a Polícia Federal ter feito busca e apreensão em endereços ligados da ele, inclusive na residência oficial da Casa que ele ocupa, em nova fase da Operação Lava Jato chamada Catilinárias.

Em entrevista coletiva, Cunha, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), disse não ter problema em ser alvo de investigações da PF, mas disse considerar estranho “o contexto”, “o dia” e os “objetivos” da nova fase da Operação. Ele também voltou a dizer que os alvos principais das operações da polícia até agora são “só aqueles que não são do PT”.

A Polícia Federal faz nesta terça-feira, por ordem do STF operação de busca e apreensão em endereços de Eduardo Cunha, em Brasília e no Rio. O deputado é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República, nas investigações da Lava Jato.

A operação desta terça-feira também teve como alvos, entre outros, os ministros da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ), o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto (aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela presidente Dilma), Aldo Guedes – ex-sócio de Eduardo Campos -, Lúcio Bolonha Funaro – delator do Mensalão -, Altair Alves Pinto – emissário de propina de Cunha, segundo os investigadores – e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.

Também nesta terça, o Conselho de Ética aprovou o relatório prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara. A admissibilidade foi aprovada, em votação no painel, por 11 votos favoráveis e nove contrários.

Planalto
O Palácio do Planalto avalia que a nova fase da Operação Lava Jato agrava ainda mais o delicado quadro político. Auxiliares da presidente Dilma Rousseff estão apreensivos e temem uma reação “agressiva” de Cunha.

Segundo integrantes do núcleo político do governo, Cunha age com imprevisibilidade e já demonstrou que costuma reagir com agressividade às situações nas quais fica acuado. O exemplo mais evidente foi aceitar a abertura do processo de impeachment contra Dilma depois que o PT retirou apoio ao peemedebista no Conselho de Ética da Câmara. Embora avaliem que o arsenal de ferramentas de retaliação de Cunha diminuiu depois do pedido de impeachment, auxiliares da presidente acreditam que o peemedebista ainda tem cartas na manga contra o governo.

O governo prevê ainda um acirramento nas disputas interna pelo controle do PMDB devido ao fato de o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, aliado do governo e alvo de inquéritos da Lava Jato, ter escapado ileso da operação desta terça-feira e, com isso, ganhar fôlego na batalha pelo controle do partido.

Por outro lado, integrantes da cúpula do PT destacam que entre os alvos estão aliados importantes do governo no PMDB como Lobão, ligado ao ex-presidente José Sarney.

Além disso, o Planalto avalia que a amplitude da operação, que cumpriu mandatos contra 53 pessoas, entre eles dois ministros e um senador aliado (Edson Lobão, PMDB-MA), ajuda a difundir a ideia de corrupção generalizada tanto no governo quanto no Legislativo, o que pode dar combustível a novas manifestações pelo impeachment.

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