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PM rodou 300km com corpo de embaixador dentro do carro, diz polícia

Detalhes da investigação exibidos pelo Fantástico mostram a frieza dos envolvidos no crime que chocou o país

atualizado

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1 de 1 embaixador - Foto: Facebook/Divulgação

Detalhes da investigação sobre o assassinato do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59 anos, revelados neste domingo (1º/1) pelo Fantástico, da Rede Globo, revelam a frieza dos envolvidos no crime. De acordo com a reportagem, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, rodou 300km com o corpo do diplomata no Rio de Janeiro dentro do carro antes de queimá-lo embaixo de um viaduto em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

De acordo com os investigadores, Sérgio, que seria amante da embaixatriz Françoise de Souza Oliveira, 40, teria agredido violentamente o embaixador dentro da residência onde o casal passava férias em Nova Iguaçu. Uma prova é a quantidade de sangue encontrada no sofá da casa. A suspeita é de que o PM, que alega legítima defesa, tenha usado um objeto cortante ou a própria arma para assassinar Kyriakos Amiridis. Ele alega legítima defesa.

Depois de matar o diplomata, o policial, acompanhado do primo, Eduardo Tedeschi, 26, andou 24 horas com o corpo dentro do carro pelo Rio de Janeiro. Há contradição nos depoimentos dos dois e o da embaixatriz. Todos eles estão presos acusados pelo crime que chocou o país na véspera do ano-novo.

Entre as contradições, o fato de a viúva dizer que não participou do crime. De acordo com Eduardo, Françoise, que é brasileira e vivia com Kyriakos havia 15 anos, planejou o assassinato e o ofereceu R$ 80 mil para ajudar a executar o plano com seu amante. O primo do PM também desmente a embaixatriz dizendo que ela viu, sim, o corpo do marido dentro da casa, ao contrário da filha, de 10 anos.

Kyriakos e Françoise viviam em Brasília desde o começo deste ano. O embaixador era formado em direito pela Universidade de Aristóteles em Tessalônica, na Grécia. A sua carreira diplomática começou em 1985. Antes de assumir o posto na capital, ele foi embaixador da Grécia na Líbia por quatro anos a partir de 2012 e cônsul no Rio de Janeiro, onde conheceu a mulher.

Françoise está presa no Complexo de Bargu. Como não tem curso superior, deve ser transferida para uma cela comum nos próximos dias. De acordo com a polícia, ela é a única, entre os três suspeitos, que nega participação no crime ocorrido no dia 26 de dezembro. O corpo do embaixador, porém, foi encontrado carbonizado dentro do carro que o diplomata havia alugado para passar férias no Rio somente no dia 29 de dezembro (quinta-feira).

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