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PF faz operação contra a pedofilia em Goiás e em mais 13 estados

Foram encontrados arquivos com fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até de bebês, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos

atualizado

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1 de 1 operação - Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (25/7) a segunda fase da Operação Glasnost, que investiga uma centena de brasileiros envolvidos com a produção e o compartilhamento de imagens relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes na internet. Estão sendo cumpridos 77 mandados judiciais em Goiás e em outros 13 estados.

Segundo o delegado Flávio Augusto Palma Setti, entre os detidos há pais que abusavam das próprias filhas, professores, médicos, um homem de 80 anos e funcionários de altos cargos em órgãos públicos, entre outros.

“Não existe perfil [de abusador] e ocorreu uma situação inusitada. Uma mulher foi presa por abuso sexual de crianças: toda a família praticava atos sexuais entre todos. Os familiares e conhecidos foram presos em desdobramentos da operação”, contou.

 

Com alcance mundial, os criminosos usavam um site russo para compartilhar os conteúdos proibidos. De acordo com a PF, os arquivos continham fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até de bebês, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos.

As intervenções ocorreram nas cidades de Osasco, Presidente Prudente (SP), Jundiaí e Praia Grande, em São Paulo; Porto Alegre; Campo Grande; e Vila Velha e Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo.

“Todos esses desdobramentos foram feitos sem qualquer tipo de referência à operação, porque não era interessante que soubessem que aquele ambiente continuava a ser monitorado. Em todos os casos, houve identificação de abusadores e vítimas. Os abusadores estão presos”, informou Setti.

O delegado chamou a atenção para o fato de que, em muitos casos, o abuso era cometido por parentes das vítimas e em períodos extensos, como aconteceu em Praia Grande, no litoral paulista.“Achamos imagens dessa criança desde os 2 ou 3 anos de idade, e essas imagens seguiram até a criança completar 8 anos. Ou seja, essa criança foi abusada pelo próprio pai durante vários anos.

Os abusos eram praticados na casa da avó da menina, sem conhecimento de mais ninguém. Depois da prisão, ficamos sabendo que os abusos pararam porque o criminoso ficou com medo de que a menina contasse para as amigas. Se não fosse por isso, os abusos teriam continuado”, contou.

Dos 77 mandados, três são de prisão preventiva, 72 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento. Além de Goiás, as ordens judiciais são cumpridas no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

Policiais envolvidos
A primeira fase da operação ocorreu novembro de 2013. À época, a polícia também conseguiu resgatar vítimas de abusos sexuais que tinham entre cinco e nove anos. Um dos investigados abusava sexualmente da própria filha, de apenas cinco anos de idade, e compartilhava imagens na internet com outros pedófilos ao redor do mundo.

A equipe de policiais envolvidos com a Operação Glasnost também identificou brasileiros residentes nos EUA. Eles foram investigados com a colaboração do FBI. Entre os alvos da operação, havia pessoas de várias idades e profissões, incluindo um Policial Militar, um soldado da Aeronáutica, alguns professores, bem como um chefe de grupo de escoteiros.

Glasnost 
O nome da operação é uma referência ao termo russo que significa transparência. Segundo a PF, a palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo. (Com informações da Agência Brasil)

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