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Ministro da Defesa prevê mil homens das Forças Armadas em presídios

De acordo com Raul Jungmann, o número pode aumentar, dependendo da demanda de cada estado

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

As Forças Armadas estarão prontas dentro de oito a dez dias para atuarem dentro dos presídios, afirmou nesta quarta-feira (18/1) o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Segundo o ministro, os militares vão atuar nos presídios para reduzir a criminalidade, não havendo risco de contaminação das Forças Armadas pelo crime organizado.

Jungmann ressaltou que os militares não enfrentarão as facções que atuam nas cadeias, já que essa tarefa cabe às polícias. Ele afirmou também que o governo prevê a utilização de mil homens das Forças Armadas em operações nos presídios brasileiros. O ministro salientou que a quantidade pode crescer. O aumento, porém, dependerá de pedidos dos chefes de cada estado.

Jungmann defendeu a base legal para o envio das Forças Armadas aos presídios e penitenciárias brasileiros, em caso de insuficiência e indisponibilidade de os estados garantirem a ordem e a segurança nacional.

O envio das Forças Armadas às unidades prisionais foi autorizado hoje por decreto da União. “A base para que os estados peçam esse apoio está na Constituição, pela Garantia da Lei da Ordem, solicitada pelos governadores quando existe insuficiência ou indisponibilidade de o estado e forças locais arcarem com a manutenção da ordem e da segurança nacional”, afirmou.

Jungmann disse que a situação nas unidades prisionais faz com que tragédias como os massacres registrados até agora continuem acontecendo. O objetivo da ação das Forças Armadas é fazer varreduras e vistorias à procura de armas e outros objetos ilegais dentro das unidades, explicou.

“É importante a limpeza e as varreduras porque os presídios e penitenciárias infelizmente têm armamento, munições, explosivos, facas e barras de ferro que servem de indutores para as tragédias que estão acontecendo, que, todos sabem, têm potencial para continuar dessa forma”, afirmou.

Ele ressaltou que as equipes serão destinadas se o envio for pedido pelos governadores e secretários estaduais e, na sequência, autorizado pelo presidente Michel Temer (PMDB). O ministro destacou que as Forças Armadas têm plena especialidade para fazer esse tipo de varredura.

“Caso haja necessidade para vistorias e varreduras nas instalações, existe especialidade e muita qualificação nas Forças Armadas”, disse. O policiamento ostensivo ao redor dos presídios também pode ser executado, se assim for solicitado e autorizado, completou.

Sem contato direto
Jungmann reafirmou que os militares não terão contato direto com os presos. A Defesa contará com apoio da Força Nacional de Segurança, da Polícia Militar e da Polícia Federal para as ações nos presídios, disse. Ele acrescentou que os militares vão atuar nos presídios para reduzir a criminalidade, não havendo risco de contaminação das Forças Armadas pelo crime organizado.

O ministro ressaltou que os militares não irão enfrentar as facções que atuam nas cadeias, já que essa tarefa cabe às polícias. “Essas polícias se encarregarão de manejar os detentos para que as instalações sejam liberadas para as Forças Armadas fazerem as varreduras e vistorias”, disse o ministro.

A Força Nacional de Segurança, composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, poderá atuar junto com as Forças Armadas, se assim também for solicitado ao governo federal, destacou o ministro. A competência do uso da Força Nacional, ressaltou, é do Ministério da Justiça e Cidadania.

O ministro também afirmou que o governo está intensificando a fiscalização e o monitoramento das fronteiras para combater o tráfico de armas e drogas para o país, através do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). (Com Agência Estado)

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