metropoles.com

Ministro da Defesa descarta atuação das Forças Armadas nas ruas do RJ

Raul Jungmann comparou a participação militar na segurança pública ostensiva a um período de férias para os criminosos

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou nesta terça (25/7) a possibilidade de as Forças Armadas atuarem no policiamento das ruas do Rio de Janeiro. Segundo o chefe da pasta, desta vez as tropas apenas darão apoio a operações de inteligência das polícias Militar, Civil e Federal.

Jungmann também não quis adiantar quando ocorrerão essas ações, que, afirmou, vão durar até o fim de 2018. Em entrevista à Rádio CBN, ele comparou a participação militar na segurança pública ostensiva — que já ocorreu em outras ocasiões — a um período de férias para os criminosos.

O ministro afirmou que há uma falsa sensação de segurança quando se vê soldado patrulhando a rua. “Eles (criminosos) simplesmente se retraem, tiram férias, e voltam em seguida à nossa saída”, avaliou Jungmann.

“O que precisa fazer é ir aonde está o comando do crime e seus instrumentos, suas ferramentas. Aí você tem, de fato, condições de reduzir a criminalidade, tornando a segurança não algo que vai e vem a reboque da presença de forças ostensivas, mas de fato reduzindo a capacidade da criminalidade. Isso só se faz com inteligência e ação integrada”, defendeu.

Jungmann afirmou ainda que a atuação militar no policiamento das ruas custa caro e só é usada quando há um “esgotamento da capacidade de manter a segurança”. A ocupação do Complexo da Maré durante um ano e meio, lembrou, custou R$ 400 milhões aos cofres federais. Na Olimpíada de 2016, o envio de 23 mil homens consumiu por R$ 3 bilhões. Em sua opinião, os custos inviabilizam  a generalização dessas experiência.

Para o ministro, há criminosos ligados ao poder público no Rio. “O Rio tem um problema que é a criminalidade e outro que é aquela parte do estado e do poder público que foi capturada pelo crime. Ou seja, o crime conseguiu se infiltrar nas diversas esferas governamentais do estado do Rio. Não só apenas nas forças policiais, é muito mais amplo. Você viu o que aconteceu no Tribunal de Contas”, analisou.

Segundo o ministro, o avanço do crime ocorre em todo o país, mas no Rio está em um estágio mais avançado.

“Há 800 comunidades que estão sob o controle do crime organizado (no Rio de Janeiro). Ora, quem controla território tem voto. Quem tem voto elege seus representantes ou seus aliados. Isso significa que o crime tem capacidade de colocar no Legislativo do Rio alguns de seus representantes”, acusou.

Jungmann também anunciou que irá ao Rio, ainda nesta semana, para se reunir com as autoridades de segurança pública do estado. O assunto será tratar das operações das Forças Armadas com as polícias do Rio.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?