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Lava Jato “não se opõe” a devolver passaporte da filha de Cunha

Em 17 de julho, Danielle Dytz da Cunha Doctorovich pediu a devolução do documento, que está retido na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR)

atualizado

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Arquivo pessoal/Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 danielle-dytz-eduardo-cunha - Foto: Arquivo pessoal/Daniel Ferreira/Metrópoles

A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF)em Curitiba (PR) informou o juiz federal Sérgio Moro que “não se opõe” à devolução do passaporte para a filha do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — que está preso. Danielle Dytz da Cunha Doctorovich é investigada na Operação Lava Jato.

“O Ministério Público Federal, por intermédio dos procuradores da República signatários, vem informar que não se opõe ao pedido de devolução do passaporte de Danielle Dytz da Cunha Doctorovich”, afirmou a força-tarefa.

O documento está retido na 13ª Vara Federal de Curitiba. Em 17 de julho, a filha de Cunha pediu a Moro a devolução de seus passaportes para ir ao exterior.

A defesa relatou a Moro que a investigação contra Danielle foi desmembrada de um inquérito que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) por ordem do então ministro Teori Zavascki em 11 de março de 2016, “a fim de que fosse dado prosseguimento a investigação de condutas atribuídas à peticionária e à sua madrasta, Cláudia Cordeiro Cruz”.

“Esclareça-se que o inquérito em questão foi instaurado contra a peticionária apenas em razão de ter ela figurado como dependente em cartão de crédito vinculado a conta estrangeira titularizada por sua madrasta”, afirmou a defesa.

Cláudia, a madrasta, foi denunciada pelo MPF pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas, mas acabou absolvida por Moro.

Eduardo Cunha foi preso desde outubro de 2016 e já condenado por Moro a 15 anos e quatro meses de reclusão por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas.

O magistrado apontou “falta de prova suficiente de que (Cláudia Cruz) agiu com dolo” ao manter conta na Suíça com mais de US$ 1 milhão, dinheiro supostamente oriundo de propina recebida pelo marido.

A defesa de Danielle narrou a Moro que em 22 de março de 2016, “a fim de demonstrar a este Juízo sua disposição de atender a todo e qualquer chamamento das autoridades responsáveis pela persecução penal, apresentou a este Juízo seus passaportes (brasileiro e italiano), que restaram acautelados nesta serventia”.

“A peticionária, de fato, prestou esclarecimentos na Procuradoria da República do Paraná, não tendo sido denunciada pelo Ministério Público Federal”, afirmou.

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