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Palocci recebeu Marcelo Odebrecht na Câmara, diz ex-assessor

Branislav Kontic disse também que o ex-ministro se reuniu com Alexandrino Alencar, outro executivo do grupo ligado ao ex-presidente Lula

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branislav kontic
1 de 1 branislav kontic - Foto: Reprodução/Twitter

O ex-assessor de Antonio Palocci, Branislav Kontik, o Brani, revelou nesta quinta-feira (20/4), ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff recebeu o empreiteiro Marcelo Odebrecht na Câmara dos Deputados. Palocci exerceu mandato de deputado federal pelo PT entre 1999 e 2011.

Réu em ação penal ao lado de Palocci sobre propinas milionárias da Odebrecht destinadas ao PT — pelo menos R$ 128 milhões, indica planilha da empreiteira — Brani disse que o petista se encontrou também com Alexandrino Alencar, outro executivo do grupo ligado a Lula.

Marcelo Odebrecht foi preso em junho de 2015 na Lava Jato. Para escapar da prisão ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O empreiteiro delator revelou uma longa rotina de malfeitos patrocinados por sua Odebrecht — outros 76 executivos do grupo seguiram o mesmo caminho do antigo líder.

Brani foi braço direito de Palocci na Câmara e depois na Casa Civil e, mais tarde, na empresa de consultoria Projeto — por meio da qual o ex-ministro fechou contratos milionários com empresas e bancos. Moro seguiu com o interrogatório:

Sérgio Moro: “O sr. Antonio Palocci teve contatos com executivos ou agentes do Grupo Odebrecht?”

Brasnislav Kontik: “Sim.”

Moro: “Esses contatos eram frequentes?”

Brasnislav: “Não eram muito frequentes, mas existiam.”

Moro: “Esses contatos se deram no período em que ele exercia mandato parlamentar?”

Brasnislav: “Sim, no período sim.”

Moro: “Período em que era chefe da Casa Civil?”

Brasnislav: “Desconheço.”

Moro: “E depois que passou a exercer atividades privadas?”

Brasnislav: “Também teve alguns contatos.”

Moro: “O sr. Antonio Palocci efetivamente se encontrava com executivos do grupo Odebrecht?”

Brasnislav: “Sim, alguns encontros.”

Moro: “Que executivos, por exemplo?”

Brasnislav: “Sr. Alexandrino e o sr. Marcelo.”

Moro: “Mais alguém?”

Brasnislav: “Talvez o sr. Emílio (Odebrecht)”.

Moro: “Esses encontros ocorreram no período do mandato parlamentar (de Palocci) se davam onde?”

Brasnislav: “Olha, ou no escritório em São Paulo ou talvez, raras vezes, na própria Câmara.”

Moro: “O sr. Marcelo Odebrecnth foi alguma vez ao escritório (da Projeto, em São Paulo)?”

Brasnislav: “Sim.”

Moro: “Mais de uma vez?”

Brasnislav: “Mais de uma vez.”

Moro: “E o sr. não participou dos encontros?”

Brasnislav: “Nunca participei das reuniões.”

O juiz Moro, então, exibiu ao réu um e-mail entre ele e Marcelo Odebrecht. O empreiteiro queria se reunir com Palocci e perguntou a Branislav se “o chefe vai estar em São Paulo na sexta ou na segunda”:

Moro: “O sr. se recorda desse e-mail?”

Brasnislav: “Não me recordo, já são 6, 7 anos passados”

Moro: “Se recorda se efetivamente eles se encontraram?”

Brasnislav: “Era comum ele (Odebrecht) ou a secretária entrar em contato.”

Branislav disse que “não tem conhecimento” de negociação por contribuições financeiras entre Palocci e o empresário. Também afirmou que nunca transportou dinheiro em espécie.

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