metropoles.com

“Estou igual a mulher que apanha”, compara Cármen Lúcia sobre críticas

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) discursou no 3º Encontro do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais, em Belo Horizonte (MG)

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
carmen lucia
1 de 1 carmen lucia - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta sexta-feira (7/7) que está “igual a mulher que apanha”. “Quando a pessoa pega o chicote para bater no cachorro, ela sai correndo”, comparou a magistrada. Segundo Cármen Lúcia, a população tem questionado as decisões do Poder Judiciário. Na avaliação da ministra, que discursou em Belo Horizonte, durante o 3º Encontro do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais, isso ocorreu porque o cidadão “assenhorou-se” do Estado, “como deveria ter sido desde sempre”.

A ministra relatou um episódio em que leu um painel de propaganda sobre um produto, na semana passada, e pensou que se tratava de um protesto contra a Corte. “No sábado (1º), tomando um táxi, eu li mal no centro de Belo Horizonte (MG) um painel num edifício. Olhei de longe e falei ‘nossa senhora’. Para mim estava escrito ‘fora, hoje é dia do Supremo'”, lembrou a ministra, que também preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Porém, Cármen Lúcia percebeu que se tratava do anúncio de um produto. Ele contou que o taxista, que já a havia reconhecido, comentou a situação. Naquele momento, a ministra respondeu: “Estou igual a mulher que apanha, na hora que a pessoa pega o chicote pra bater no cachorro, ela sai correndo. De tanto que todo mundo fala do Judiciário, como tem que ser mesmo”, comparou.

Cármen Lúcia lembrou que na década de 70 não se sabia o que era Supremo, nem quem compunha a Corte, mas hoje a sociedade está atenta às decisões do Judiciário. “Não são poucas as vezes que o juiz brasileiro hoje, talvez mais que antes, pela própria conformação da sociedade, se vê em contato com pessoas que questionam até as nossas decisões”, avaliou.

“Hoje não são poucas as vezes que os juízes, na cidade do interior, e o ministro do Supremo é abordado igualmente, seja no mercado, seja nas mais diversas situações, o cidadão assenhorou-se do estado como deveria ter sido desde sempre”.

Compartilhar notícia