metropoles.com

Entidades vão ao CNJ contra desembargador que anulou júri do Carandiru

O objetivo da ação é que o órgão investigue a conduta do desembargador, apurando eventuais abusos, falta de isonomia e impessoalidade no julgamento

atualizado

Compartilhar notícia

Mônica Zarattini/Estadão
carandiru
1 de 1 carandiru - Foto: Mônica Zarattini/Estadão

Entidades de direitos humanos e de pesquisa em segurança pública, além de professores universitários, vão ingressar nesta terça-feira (18/11) com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o desembargador Ivan Sartori. O magistrado votou pela anulação do júri dos policiais que haviam sido condenados pelas 111 mortes no massacre do Carandiru, em 1992. O documento será encaminhado para análise da presidente do CNJ, ministra Cármen Lúcia.

Segundo a ONG Conectas, que lidera o movimento, o objetivo da ação é que o órgão investigue a conduta do desembargador, apurando eventuais abusos, falta de isonomia e impessoalidade no julgamento. A informação foi antecipada pelo jornal Folha de S Paulo.

No dia 27 de setembro, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela anulação, com votos de dois outros desembargadores nesse sentido; Sartori havia votado também pela absolvição dos policiais, tese que acabou vencida. Agora, o caso poderá ter de passar por novo júri.

“O argumento de legítima defesa para anular o júri popular foi apresentado sem relação com o conteúdo de provas apresentadas. O voto do desembargador é incabível em crimes contra direitos humanos no qual os policiais militares excederam seu poder, matando os presos que não apresentavam resistência”, sustenta o documento.

Após a repercussão do caso, o desembargador chegou a insinuar em seu perfil no Facebook que a postura da imprensa estaria sendo influenciada por pagamentos feitos pelo crime organizado. A posição foi criticada por associações da categoria e, no documento que será enviado ao CNJ, é pedido apuração sobre essa conduta do magistrado.

Estão entre as instituições que assinam o documento o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Justiça Global, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, os Institutos Sou da Paz, Paulo Freire e Vladimir Herzog, dentre outros. Também assinam a reclamação acadêmicos como Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato e Luiz Carlos Bresser Pereira.

A reportagem tentou contato com o desembargador para posição sobre o assunto, mas não houve apresentação de resposta até as 18h30 desta segunda-feira.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?