Cabral fez reunião dentro de casa para exigir propina, afirma delator
O ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá depôs à Justiça Federal nesta quarta-feira (15/3)
atualizado
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O ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá disse em depoimento na manhã desta quarta-feira (15/3) que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho (PMDB) o chamou para uma reunião em seu próprio apartamento no Leblon, na zona sul da capital fluminense, para exigir propinas em contratos públicos.
Segundo o executivo, Cabral teria dito que a empresa teria de firmar um “compromisso” com o governo, que Sá entendeu como pagamento ilegal de dinheiro. A declaração foi feita durante depoimento na 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Sá acertou acordo de delação premiada.
Segundo o colaborador, as propinas eram camufladas nas obras por meio de faturamento com valores maiores ou com notas fiscais falsas “para prover recursos para eles”, nas palavras de Sá. Segundo o colaborador, as propinas foram pagas durante um período que durou de 12 a 15 meses. “Até setembro de 2011, quando eu estava na empresa, existiam os pagamentos. Depois, não sei informar”, afirmou.
Sá também afirmou que Wilson Carlos se reuniu com o executivo da empresa Alberto Quintaes para definir em qual contrato com o governo a empresa entraria e quais seriam os parceiros, antes de ocorrerem as licitações.
O colaborador foi condenado a 18 meses em regime semiaberto e a 24 meses de prisão aberta, além de ter que ressarcir os cofres públicos em R$ 2, 7 milhões. Já a Andrade Gutierrez, que acertou acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF), terá de pagar R$ 1 bilhão. Cabral está preso desde novembro, por determinação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Procurada, a defesa de Cabral ainda não se pronunciou.