metropoles.com

Idosa tem casa destruída na BA e diz: “Demoliu minha história de vida”

Um mês depois do crime, proprietária segue sem receber indenização. Advogada da família entrou com ação na Justiça nesta quarta-feira (28)

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
valdete casa destruída
1 de 1 valdete casa destruída - Foto: Reprodução

Valdete Almeida, idosa de 84 anos, estava fazendo um tratamento de saúde quando sua casa foi demolida irregularmente em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A derrubada foi feita a mando do empresário Allan Kardec, que acusava o lavrador Deusdete, filho de Valdete, de ter quebrado uma vitrine de seu imóvel. Ele confessou o crime. As informações são do portal G1.

O crime ocorreu no dia 30 de agosto, mas até hoje a idosa não recebeu nenhuma indenização. “Como ela não recebeu nenhum tipo de auxílio dele, demos entrada com uma ação na Justiça pedindo a indenização para a reconstrução da casa”, disse a advogada Cristiane Gobira. Ao comentar sobre o crime, Valdete mal consegue expressar sua dor em palavras.

Ele não demoliu só minha casa, demoliu minha história de vida. Estava lá há mais de 40 anos

Valdete Almeida

O empresário foi indiciado por dano qualificado, mas sequer chegou a ser preso. Durante a derrubada, que não durou nem 1h30, Deusdete estava na delegacia prestando esclarecimentos sobre a acusação do empresário. O ato foi tão rápido que sequer tiraram os pertences pessoais de Valdete e de seu filho de dentro da casa. O terreno onde ficava o imóvel, localizado na BA-262, tem três hectares e foi uma herança deixada pelo pai de Deusdete, que já morreu.

Apesar da demora, Valdete precisa esperar a intervenção do juiz. “Agora, tem de aguardar a intervenção judicial, não tem um prazo estabelecido para isso”, disse a advogada. Enquanto isso, a idosa e seu filho moram de favor na casa de um sobrinho. Entre as dificuldades enfrentadas longe de casa, dona Valdete destaca a situação do filho, que sofre de problemas mentais e não se adaptou à nova moradia.

“Ele está agoniado. Lá na roça ele tem trabalho, aqui ele fica ansioso, não tem o que fazer, tem estado muito agitado”, afirmou Valdete. Enquanto aguarda um desfecho do caso, ela convive com a saudade da antiga casa. “Sinto falta de tudo, das minhas plantas, dos bichos, de minha paz.”

Compartilhar notícia