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Polícia Militar faz operações no Turano e Rocinha nesta segunda (25)

O Turano dá acesso para a mata da Floresta da Tijuca, onde a polícia suspeita que os criminosos estejam escondidos

atualizado

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Marcos Arcoverde/Estadão
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1 de 1 rocinha - Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) está no Morro do Turano, no Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro, desde o início da manhã desta segunda-feira (25/9). O morro dá acesso para a mata da Floresta da Tijuca, onde a polícia suspeita que os criminosos envolvidos nos confrontos na Rocinha, zona sul, tenham utilizado como rota de fuga. Ainda não há balanços da operação.

Ao mesmo tempo, o Batalhão de Choque da Polícia Militar realiza uma operação na Rocinha. Equipes das Forças Armadas continuam no local. Ainda não foram registrados tiroteios na favela nesta manhã.

Na comunidade de Vila Vintém, há policiais do 14º Batalhão de Polícia (Bangu). O morro é dominado pela facção Amigo dos Amigos (ADA), a mesma que comanda a Rocinha. De acordo com a polícia, criminosos da região participaram dos confrontos na Rocinha, no último dia 17.

Depois de quase uma semana de tiroteios no Rio, as Forças Armadas foram chamadas nesta sexta-feira, 22, para cercar a Rocinha – a mais conhecida comunidade da capital -, diante do reconhecimento de que o Estado perdeu o controle na guerra deflagrada pelo crime. Ao todo, 950 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão mobilizados, além de dezenas de blindados e helicópteros. Mais três batalhões do Exército, que somam quase 3 mil homens, estão prontos, caso a situação se agrave.

Entenda o que desencadeou a onda de violência na Rocinha
A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo passado, 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, os tiroteios deixaram um morto.

Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão. A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.

Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continua no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.

Na segunda-feira, 18, o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior.  Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, “seria desta proporção”.

Na quarta-feira, 20, o governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica.

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