Investidores querem fortalecer mercado nacional de “títulos verdes”
Os chamados green bounds são títulos de dívida utilizados para viabilizar projetos com impacto ambiental positivo
atualizado
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De olho nos chamados “títulos verdes”, oito grandes investidores que atuam no mercado brasileiro assinaram nesta semana uma declaração em que reforçam o desejo de fortalecer o cenário nacional de green bonds — na expressão em inglês.
Trata-se de títulos de dívida emitidos por empresas e instituições financeiras que visam viabilizar projetos com impacto ambiental positivo, como iniciativas em transporte limpo; eficiência energética; pesca, agricultura e tecnologias sustentáveis; manejo florestal e hídrico e ações de prevenção de poluição.
Baseada na declaração global assinada por investidores na Conferência do Clima da ONU – COP21, em Paris, o documento foi adaptado para o contexto local com o auxílio de alguns participantes do mercado, incluindo gestores de recursos, seguradoras e fundos de pensão. A iniciativa é da Climate Bonds Initiative (CBI), Principles for Responsible Investment (PRI) e SITAWI Finanças do Bem.
Entre os signatários estão instituições como Banco BTG Pactual, BB DTVM, Itaú Asset Management, Santander Asset Management, SulAmérica Investimentos, UBS Brasil, Brasilprev, Zurich Brasil e Zurich – Santander.
A demanda por títulos verdes vem crescendo de forma exponencial no mercado internacional. Para se ter uma ideia, enquanto em 2012 foram movimentados US$ 3 bilhões em green bonds, em 2016 esse volume aumentou para US$ 81 bilhões. Para este ano, a expectativa é de que avance 85%, alcançando US$ 150 bilhões.
O Brasil é um dos 24 países que emitem esse títulos e, apesar de ainda ver o mercado engatinhar de forma tímida, tem um potencial considerável e bastante atraente pela frente. Segundo a diretora de desenvolvimento de mercado da Climate Bonds Initiative (CBI), Justine Leigh-Bell, o país pode emitir até US$ 5 bilhões em títulos verdes em 2017, quase o dobro do ano passado.
Com a tendência de queda nas taxas de juros e os desafios climáticos cada vez mais urgentes, empresas e bancos têm a oportunidade de combinar retornos financeiros e ambientais para atrair capital responsável.
Gustavo Pimentel, Diretor na SITAWI Finanças do Bem
O título verde só pode ser emitido com o objetivo público e único de financiar projetos sustentáveis. O processo de verificação é feito por uma consultoria especial, responsável por avaliar se o recurso levantado será de fato investido em ações ambientais ou climáticas. Analistas acreditam que a virada em direção à economia de baixo carbono pode ser um dos caminhos para reconduzir o Brasil rumo à recuperação.
