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Crise fará salários perderem para inflação, diz pesquisa

Brasil será um dos poucos países que terá queda real no valor dos salários em 2016, segundo levantamento da Korn Ferry Hay Group

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Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho
Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho
1 de 1 Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho - Foto: Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho

Em um cenário positivo para o mundo, o Brasil será um dos poucos países que terá queda real no valor dos salários em 2016, segundo pesquisa da Korn Ferry Hay Group, empresa especializada em recursos humanos e remuneração. De acordo com o levantamento global, os salários devem ter avanço médio real (descontada a inflação) de 2,5%. No Brasil, diante da crise econômica e também da escalada de preços, a previsão é que os vencimentos dos trabalhadores recuem 1,2%.

A lista dos países que terão perdas reais no salário no ano que vem é liderada pela Venezuela, que convive com a hiperinflação há anos, onde os trabalhadores deverão perder mais da metade de seu poder de compra. Logo depois vêm Ucrânia, que convive com uma guerra civil, e a Rússia, onde o descontrole econômico já dura anos (veja quadro acima). Nas principais economias globais, não há sinal de crise: tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, os salários vão crescer em 2016.

Os resultados do Brasil refletem os valores médios de todos os salários, de acordo com Gustavo Tavares, diretor da Korn Ferry Hay Group. Embora a maior parte das convenções coletivas ainda possam garantir a reposição da inflação, o corpo executivo não costuma ser coberto pelos reajustes acertados com sindicatos. “As convenções costumam cobrir salários mais baixos, em geral de até R$ 6 mil”, diz o executivo da Korn Ferry Hay Group.

Aperto maior para gestores
Para quem tem cargo de gestão, o aperto deverá ser ainda maior em 2016. Há hoje um movimento de substituição de executivos com redução de salários. As empresas que, ao longo dos anos de bonança, prepararam quadros sucessórios nos níveis gerenciais estão conseguindo economizar na hora da crise. “Quando o novo ocupante de um cargo de gestão é escolhido internamente, esse profissional ganha, em média, 13% a menos do que o antecessor”, explica Tavares.

Mesmo as companhias que agora buscam executivos de mercado estão tentando economizar, de acordo com o sócio da consultoria em recursos humanos Exec, Carlos Eduardo Altona. “Muitas empresas estão buscando pessoas com perfil mais ‘júnior’ no mercado para preencher posições sênior”, explica.

Em geral, as empresas vêm oferecendo salários 15% mais baixos em comparação com o que vinham pagando. “Diria que esse movimento é mais intenso justamente no ‘top management’ (posições de direção e vice-presidência)”, diz Altona. “São as substituições que fazem o mercado de contratações girar hoje.”

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Outra tendência do “topo da pirâmide” é a ênfase em remuneração variável. Ou seja: o executivo só vai receber o bônus caso realmente faça diferença no resultado. Ao trocar de emprego, em agosto de 2015, o executivo Pedro Alba Bayarri, de 45 anos, aceitou um pacote que lhe permitia manter a remuneração anterior, mas com um peso maior do variável. “Hoje, o mercado está buscando um tipo de profissional: o que pode fazer o ‘turnaround’ (reestruturação). Por sorte, eu tenho este perfil.”

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