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Contra indígenas, PMDF lança gás e bombas de efeito moral na Esplanada

Segundo polícia, confronto teve início porque participantes do Acampamento Terra Livre não cumpriram acordo e interromperam trânsito na S1

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 protesto4_Daniel Ferreira - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Situação tensa na Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar usa gás e bombas de efeito moral para impedir que dezenas de indígenas e militantes de movimentos sociais cheguem perto do prédio do Congresso Nacional. Os manifestantes participam do Acampamento Terra Livre, realizado em Brasília nesta terça-feira (25/4) e que reúne cerca de 2 mil pessoas de todo o país.

A mobilização começou pacífica, com os indígenas, apoiados por militantes, carregando cerca de 200 caixões pela demarcação imediata das terras indígenas no país e em protesto contra o “genocídio dos povos originários” e a perda de direitos dos índios brasileiros.

“É pra mostrar pro Brasil e pro mundo o quanto a legislação indigenista brasileira está sendo atacada e surrupiada por esse governo ilegítimo do Brasil”, afirmou o líder indígena Kleber Karipuna, do Amapá.

Confronto
A partir de um acordo firmado entre a liderança do acampamento e a PM, os participantes deveriam seguir em marcha de uma área próxima ao Teatro Nacional, onde ocorreu a concentração do evento, para o Congresso Nacional: o Batalhão de Trânsito acompanhava o deslocamento por duas faixas da via S1.

Segundo a PM, os indígenas descumpriram o acordo e invadiram toda a S1, interrompendo o tráfego de veículos. Além disso, entraram e lançaram os caixões no espelho d’agua do Congresso Nacional. Eles teriam ainda tentado invadir o edifício-sede do Parlamento. “Diante disso, a PMDF utilizou gás e bombas de efeito moral”, informou a assessoria de imprensa da corporação.

Em resposta, os índios passaram a disparar flechas contra os policiais militares: cerca de 50 delas foram recolhidas pela PM no gramado da Esplanada. Várias pessoas passaram mal ao inalar gás. Também há manifestantes com marcas pelo corpo, após serem atingidos por balas de borracha (veja galeria abaixo).

“Agora eles nos ignoram, e somos recebidos com bombas. Na época da eleição, vão atrás de nós nas aldeias”, desabafou, no carro de som, um dos líderes indígenas.

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Após os disparos, um grupo de indígenas passou a dançar e entoar cânticos próximo ao Palácio da Justiça, que estava cercado por policiais. Ao concluírem o ritual, os índios transferiram a “pajelança” para a frente do Congresso Nacional.

O barulho das bombas e tiros chamou atenção de quem estava no prédio do Legislativo. Parlamentares, especialmente os mais ligados aos movimentos indígena e social, se dirigiram a um carro de som estacionado na Alameda das Bandeiras, em frente ao espelho d’água, para apoiar os participantes do Acampamento Terra Livre. Por orientação deles, indígenas também passaram a recolher as cápsulas dos projéteis disparados pela Polícia Militar do DF.

Durante o confronto, todas as faixas da Esplanada, nos dois sentidos, foram fechadas para o trânsito de veículos. As pistas foram liberadas pouco antes das 18h.

As atividades do Acampamento Terra Livre vão até 28 de abril. Os manifestantes preveem retorno à Esplanada a partir das 10h desta quarta-feira.

Veja vídeos produzidos pela equipe Metrópoles (1 e 5) e PMDF:






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