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Após saída de Beltrame, chefe da Polícia Civil do Rio entrega o cargo

Fernando Veloso fez duras críticas à falta de recursos “materiais e humanos” em meio a crise financeira do estado do Rio de Janeiro

atualizado

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Divulgação/Polícia Civil
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1 de 1 civil - Foto: Divulgação/Polícia Civil

A segurança pública do Rio de Janeiro sofreu mais uma baixa o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, deixará o cargo na esteira da saída do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Veloso fez duras críticas à situação enfrentada pela corporação, atingida pelo contingenciamento de recursos “materiais e humanos” em meio à crise financeira do Estado.

Veloso mencionou o quadro reduzido de policiais, atrasos de salários e restrições ao uso de combustível pelas viaturas. Segundo ele, a polícia não tem conseguido investigar como deveria.”Não há dúvida de que isso vem impactando o serviço que a polícia tem que desenvolver”, disse em entrevista ao Bom Dia Rio, telejornal da Rede Globo.

O chefe de Polícia Civil disse que já tinha pedido para deixar o cargo antes da eleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas acabou se comprometendo a ficar até o fim da Olimpíada, a pedido do governador e de Beltrame.

Com a saída do secretário de Segurança após uma década de gestão, Veloso considera que a “missão está cumprida”. Oficialmente, ele entregará sua cadeira nesta quinta-feira, 13, e disse não saber quem assumirá seu lugar na gestão da máquina da Polícia Civil, classificada por Veloso de “complexa”.

Fernando Veloso fez um desabafo e um alerta. “Enquanto não decidirmos investir de fato em investigação vamos perseguir uma utopia. Achar que botar polícia na rua resolve todos os nossos problemas. Não resolve”, afirmou, lembrando que o efetivo redobrado das Forças Armadas na Olimpíada, de mais de 60 mil homens, não evitou um aumento dos índices de criminalidade no período.

“Custou uma fortuna aos cofres do Estado, os índices de criminalidade aumentaram, tivemos um policial da Força Nacional morto, um policial rodoviário federal vitimado de forma gravíssima”, disse.
Em um comunicado aos delegados, Veloso se despediu com um agradecimento aos policiais civis com quem investigou e resolveu “milhares de casos simples e complexos, a despeito da escassez de recursos”.

Convidado por Beltrame para chefiar a polícia, Veloso afirma ao novo secretário de Segurança, Roberto Sá, que coloca o cargo à disposição para que ele possa “sem nenhum embaraço ou constrangimento, montar sua equipe de trabalho, como convém a toda gestão que se inicia”.

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