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Após Lava Jato, não sobrou grande empreiteira, diz presidente do BNDES

Paulo Rabello de Castro criticou os procuradores da operação e disse que eles têm de aprender sobre economia

atualizado

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Fernando Frazão/Agênci Brasil
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1 de 1 1079136-fernfraz_abr_img_20170601_174600 - Foto: Fernando Frazão/Agênci Brasil

O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, criticou nesta segunda-feira (14/8) a falta de “economicidade” das decisões judiciais e disse que é preciso ensinar economia aos procuradores da Operação Lava Jato. Junto com o baixo apetite das empresas em realizar investimentos, ele citou como um dos motivos para a queda dos financiamentos no Brasil a perda de cadastro no banco por grandes empreiteiras enredadas pela operação que investiga desvios na Petrobras.

“De um lado, falta apetite no setor privado. Do lado dos grandes projetos, eles estão sob o efeito lavajático. Não sobrou praticamente uma única grande empreiteira com cadastro para fazer o próximo negócio dentro do banco”, comentou Rabello em palestra proferida na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

“Estão jogando fora o bebê junto com a água do banho. Não há economicidade nas decisões judiciais”, acrescentou. Rabello disse que o processo de limpeza do Brasil é “fundamental, imprescindível e inadiável”, mas que é preciso ensinar aos procuradores que “da caneta deles” saem desemprego e fechamento de empresas.

“A punição para o empresário que se envolveu em malfeito é trabalhar mais, associar-se ao país — ao invés de associar-se ao malfeito —, lucrar mais, terminar a obra”, assinalou o presidente do BNDES, que ainda fez um paralelo com a JBS, frigorífico em que o banco é um dos principais acionistas.

Segundo ele, não se pode permitir que a JBS “afunde” o sistema pecuário brasileiro como punição aos crimes cometidos por seus controladores, os irmãos Joesley e Wesley Batista, que fizeram delação que atingiu, entre outros políticos, o presidente Michel Temer (PMDB-SP).

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