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Parrilla Burger tem atendimento sofrível, apesar da boa comida

Com a moda do hambúrguer, o Parrilla apostou forte nessa tendência e hoje apresenta no cardápio uma lista com mais de 20 opções

atualizado

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Parrilla Burger
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Sou do tempo em que o atual Parrilla Burger chamava-se Azulejaria. Era um bar onde ostras e espumantes reinavam nas mesas. Aquele ponto sempre lotava pela proposta e pela certeza de uma noite agradável.

A casa fechou e deixou órfãos. Aproveitando o astral do endereço, o experiente Gil Guimarães – um dos proprietários – teve a bela sacada de fazer do espaço uma casa de carnes e tapas, inspirado em seu antigo bar, chamado Barcelona (206 Sul).

Mais uma vez, o local brilhou como Parrilla Madrid. O rodízio de tapas, espécie de petiscos espanhóis, acompanhado de uma jarra de sangria era um convite certo para reunir amigos. Nos últimos anos, com a moda do hambúrguer, o Parrilla apostou fortemente nessa tendência e hoje apresenta em seu cardápio uma lista com mais de 20 opções do sanduíche.

Dos hambúrgueres que experimentei, gostei de alguns, de outros, não. Até normal, pois você pode ter preferência de ingredientes e combinações. No Parrilla Burger, eles são bem servidos, feitos com ingredientes de qualidade e chegam quentinhos, apesar da demora usual no atendimento.

Erros repetidos
Algumas vezes, os erros se repetem. Por exemplo: o pão. Ele tem de ser fofinho, mesmo que requentado. No Veggie Burguer (R$ 29), o pão estava bem seco, assim como o hambúrguer de grão de bico. Difícil de comer, apesar de a abobrinha e a berinjela grelhadas estarem bem temperadas, gostosas e suculentas.

“Outra vez, ao experimentar o Parrilla Burger e o Cheddar Burger (R$ 32 cada um), a carne veio sangrando em demasia e chegava a escorrer no papel de embrulho, que esfarelava, todo molhado, nas mãos.”

Adorei o galeto assado, temperado no ponto certo e úmido por dentro (240g – R$ 39). Com bom preço, ele vem com dois acompanhamentos, a serem escolhidos entre o arroz parrilheiro (gostoso, molhadinho e com bom tempero), a salada (com molho saboroso de mostarda) e as batatas fritas. Estas não são fritas de maneira uniforme, já que alguns palitos chegam bem torradinhos.

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Vinhos além da conta

Com poucas opções, a carta de vinhos é pagável. Mas alerto para o fato de que alguns preços estão acima do que normalmente se encontra por aí. Por exemplo: o coringa Argento Malbec sai por R$ 71. Na pizzaria Fortunello, da Asa Norte, o mesmo vinho custa R$ 50.

O atendimento é sofrível. É um bate-cabeça muito grande. Primeiro, a demora em chegar alguém para atender. Depois, a demora até o prato chegar. Quando chega, ainda vem o pedido errado. Essa sequência aconteceu mais de uma vez comigo e com Vera, que quase sempre me acompanha.

Perguntei sobre a pimenta da casa para comer com a gordurosa croquetta (R$ 7 a unidade) e a atendente me trouxe um vidro de tabasco. Insisti. Ela me disse que era essa a pimenta da casa. Esperava um pouco mais, já que, em regra, as parrillas da cidade oferecem a própria pimenta caseira.

Reforma, urgente!
O ambiente pede uma mudança. O Parrilla já estava precisando de reforma e cuidado antes mesmo de mudar sua proposta. Tá na hora do Gil Guimarães modernizar o espaço como fez com Napoli Centrale, sua pizzaria que funciona no Mercado de Pinheiros, em São Paulo. A casa é pouco iluminada, paredes escuras e móveis já meio capengas. O espaço carece de mais leveza.

O público oscila de acordo com os dias da semana e horários. No almoço de fim de semana, muitas famílias e a criançada tomam conta do lugar por causa do parquinho. À noite, os gritos infantis dão lugar a conversas de adulto.

Happy hour é boa sacada
Outro aspecto comportamental interessante do lugar é a happy hour na calçada, embalada pelo choripan (sanduíche de linguiça de porco caipira com molho chimichurri no pão ciabata – R$ 22), sangria e cerveja gelada. Outra bela sacada!

Por fim, olho do dono é que engorda o negócio. Todos sabemos que o mercado de gastronomia de São Paulo, o novo queridinho do proprietário, projeta o nome de quem faz bom trabalho. Penso apenas que não se deve esquecer do caminho já pavimentado aqui em Brasília e continuar investindo e ajustando os buracos que surjam no cotidiano do restaurante. Toda atenção é bem-vinda. O público brasiliense agradece.

Cortês, sim; omissa, não.

DEVO IR?
Sim, mas tenha paciência.

PONTO ALTO
A comida.

PONTO FRACO
Atendimento confuso e lento. Ambiente pesado.

Parrilla Burger (408 Sul, Bloco D, Loja 1, 61 3443-0698).

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