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Corrientes tem carnes de qualidade, mas os preços são altos

Especializado em carne argentina, a casa oferece cortes altos, macios e suculentos. A conta, porém, não sai a menos de R$ 150 por pessoa

atualizado

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Wellington Nemeth /Divulgação
Corrientes 348
1 de 1 Corrientes 348 - Foto: Wellington Nemeth /Divulgação

Brasília tem ótimas casas de carnes. Algumas surgiram por aqui mesmo, como a Chicago Prime, sobre o qual escrevi recentemente, e outras vieram de fora. O Corrientes 348 é uma dessas estrangeiras. Chegou e conquistou logo de cara o paladar do brasiliense.  A marca trouxe sua tradição, que começou a ganhar notoriedade em São Paulo no fim da década de 1990.

O restaurante começou a funcionar em 2012, no fim da Asa Sul. Depois de mais de um ano de obra, mudou-se para beira do Lago Paranoá — perto da Ponte JK, numa estrutura de três andares, espaçosa e confortável.

Especializada em carne argentina, o forte do Corrientes são cortes altos, macios e suculentos. Mas, antes de entrar logo no pedido principal, sugiro que você experimente as linguicinhas (R$ 38), servidas com molho chimichurri em porção para dividir. Sequinhas e crocantes, dão as boas vindas da casa.

Caso queira estimular ainda mais sua fome e tentar se sentir em ares portenhos, peça as empanadas (R$ 9,50). São seis tipos, desde as mais tradicionais, de carne e queijo com cebola, às mais “diferentonas”, de abobrinha e queijo com alho-poró. Chegam quentinhas à mesa, com massa crocante e recheio bem saboroso e temperado. Um espetáculo! Dá vontade de comer uma de cada.

Wellington Nemeth /Divulgação

Acompanhamentos à parte
O esquema do Corrientes segue a linha das casas de carne. Você escolhe o tipo de corte (lá é servido em porções de 300g e 600g) e os acompanhamentos à parte. É aí que a conta começa a ficar cara.

Os preços das carnes variam de R$ 60 a R$ 89 (300g). E entre R$ 88 e R$ 141 (600g). As saladas ficam entre R$ 19 e R$ 49. E os acompanhamentos (arroz, ovo, batata, polenta, por exemplo) entre R$ 6 e R$ 42. É claro que, dependendo da quantidade de pessoas, é possível dividir. Mas uma conta por lá não sai menos de R$ 150 por cabeça.

Dos cortes que experimentei nas vezes em que estive no Corrientes, fico com dois: vacio (fraldinha, R$ 139) e o bife de chorizo (R$ 136) — ambos de 600g. A carne é muito bem feita, vem tostadinha na medida por fora e, ao cortar, o ponto está perfeito. Vermelhinho por dentro, mas sem escorrer sangue. Não entre em pânico, caso não curta carne mal passada. Os atendentes sempre perguntam o ponto desejado.

Wellington Nemeth /Divulgação


Legumes frios e sem sabor

Em relação aos acompanhamentos, faltam alguns ajustes. Os legumes na parrilla (R$ 50) vêm em pouca quantidade para o valor cobrado, e chegaram frios e sem sabor. Os pontos do pimentão e dos aspargos estavam bons.

Já o tomate e a ervilha torta ficaram muito molengos devido ao excesso de exposição ao calor. As fatias de berinjela, de tão finas, perderam toda a umidade: ficaram secas e sem gosto, o que é uma pena, já que poderiam ter ganhado um toque de defumado na parrilla.

Amo farofa. E a de lá fica a desejar quando comparada às do BSB Grill e do Don Francisco. A premissa é a mesma: não é farofa de ovos (R$ 21), e sim ovos com farofa. Até aí, aceitável. Porém, a farofa do Corrientes vem em grumos, com blocos de ovos. Fica difícil de comer, pois você tem de desmanchar os tais blocos no prato. A minha também chegou sem sal e sem o devido tempero que esse acompanhamento exige.

Wellington Nemeth /Divulgação

Salada “melada” demais
Por último, a salada Juliana (R$ 49). Alface americana, cenoura, tomate, cebola, palmito, parmesão, maionese, batata palha e alcaparras frescas por cima. Reconheço que estava saborosa, bem executada, mas não é meu tipo de salada.

Pedi, já que é a que mais sai. Ela estava muito “melada” para meu gosto, resultado do uso de maionese, que pode ter sido uma oitava acima do necessário para dar a liga nos ingredientes.

Além disso, as folhas e vegetais já estavam murchos ao chegarem à mesa, talvez por terem ficado descansando por vários minutos à espera das carnes. Como percebi de onde estava sentada, todos os acompanhamentos ficam prontos muito tempo antes das carnes.  Resultado, os quentes esfriam e os frescos, como as saladas, murcham. Ponto negativo.

A experiência no Corrientes é agradável. Um restaurante que, pela comida e pelo ambiente, dá vontade de voltar. Sei que as carnes são especiais e importadas e o projeto de arquitetura deve ter sido um superinvestimento, mas o custo final da refeição incomoda. E, muitas vezes, pode afugentar o cliente. Não é um restaurante para ir sempre – ainda mais no meio desta crise toda.

Cortês sim; omissa, não.

DEVO IR?
Sim, se tiver uma folga no orçamento.

PONTO ALTO:
A qualidade da carne.

PONTO FRACO:
Preços caros e acompanhamentos frios.

Corrientes 348 (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 40, 3345-1348. Site)

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